Diniz Vitorino — (06/05/1940 – 05/06/2010)
Paraibano de Lagoa de Monteiro, gravou 2 LPs e 1 CD, participou de vários festivais de violeiros, conseguindo 23 primeiros lugares. Publicou 4 livros de poesias, três romances e vários córdeis. Um dos grandes mestres de uma geração de repentistas históricos.
Aos cantadores
Diniz Vitorino
Ilustres colegas, fiéis andarilhos,
ó amados filhos das musas celestes!
Eu vos enalteço, chorando ou sorrindo,
por tudo de lido que em versos fizestes.
Poetas gigantes, caboclos aedos,
os vossos dez dedos são teclas caipiras,
cavando saudades em mundos de anseios,
tirando gorjeios das bocas das liras.
As vossas violas são harpas sonoras,
cítaras canoras, vestidas de rendas…
pianos matutos, que gemem sonatas,
ferindo as mulatas, no chão das fazendas.
As vossas falanges dedilham baiões,
tocando os bordões, batendo nas primas,
jogando nas nuvens poemas dispersos,
conjunto de versos, colóquios de rimas.
Amantes da lua, poetas legítimos!
Ó filhos dos ritmos, dos cantos selvagens!
As vossas cantigas aos rudes ofendem,
porque não entendem das vossas linguagens.
Cantai, cantadores, fazei vossa festa!
A vida só presta com cantos assim.
Se fordes expulsos por gênios perversos,
cantai vossos versos somente pra mim.
Por Fabiano Brito. Cratense, cronista e poeta com três livros publicados: “O Livro de Eros”, “Ave Poesia” e “Lunário Nordestino” (Editora UICLAP). Colunista do Revista Cariri