Um estudo publicado nesta quinta-feira (2) na “The Lancet” aponta um aumento da resposta imune após testes com reforço de seis vacinas aplicadas em pacientes que já tinham completado o esquema vacinal da Pfizer ou da AstraZeneca contra a Covid-19.
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Destaques da pesquisa:
• O ensaio randomizado e duplo cego (pacientes escolhidos em sorteio e sem o conhecimento dos autores) envolveu 2.878 adultos com mais de 30 anos;
• Os pesquisadores avaliaram a resposta imunológica, não a eficácia, apesar de elas estarem relacionadas; ou seja: verificaram se ocorreu uma ação do sistema imunológico contra o vírus, mas não avaliaram a proporção de redução de casos de Covid entre o grupo vacinado em comparação com o grupo não vacinado;
• São as sete vacinas que foram testadas como reforço da Pfizer ou da AstraZeneca: Novavax, Janssen, Moderna, Valneva, Curevac e, novamente, Pfizer ou AstraZeneca.
Durante os ensaios realizados em 2020, antes da aplicação em centenas de países, as duas doses da AstraZeneca e da Pfizer mostraram 79% e 90% de eficácia contra hospitalização e morte devido à Covid-19. No entanto, as evidências científicas apontam uma redução da proteção após meses do encerramento do esquema vacinal, o que justificaria uma dose de reforço. Até o momento, poucos estudos haviam divulgado resultados de uma aplicação “extra”.
“Os dados de efeitos colaterais mostraram que todas as vacinas são seguras para dose de reforço, com níveis aceitáveis de eventos inflamatórios, como dor no local da injeção, dor muscular, fadiga”, disse Saul Faust, líder da pesquisa e diretor do Centro de Pesquisa Clínica de uma fundação ligada ao NHS (serviço de Saúde do Reino Unido).
Segundo o cientista, a resposta do reforço após duas doses da AstraZeneca aumentou em todos os testes com as 7 vacinas envolvidas, variando entre 1,8 e 32,3 vezes na alta da imunogenicidade.
Já no caso da Pfizer, os resultados foram positivos para 6 imunizantes, com variação de 1,3 a 11,5 vezes. A vacina do laboratório Valneva é a única que não apresentou resultados promissores para a Pfizer, mas a vacina ainda está em processo de revisão contínua pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês), primeiro passo para um pedido de autorização formal para uso.
“É importante observar que esses resultados são referentes apenas às vacinas como reforço após as duas aplicações primárias e à resposta imunológica que elas conduziram 28 dias após a ‘dose extra’. Trabalhos adicionais irão gerar dados três meses e um ano após o recebimento do reforço, o que trará novos ‘insights’ sobre a proteção a longo prazo e na memória imunológica”, explicou Saul Faust.
Fonte: g1