Sei, sou
O fim de um carnaval que morre
Na madrugada branca raiando
De uma quarta de cinzas
Quando pecados e folias
Perdem-se no ar
Como o éter do lança evaporando
no salão palco silenciado.
Sei, sou
A agonia do Pierrot
Que vê vida Colombina amor
Levada pelo tempo Arlequim
Sei, fui
Já não sou
O meu bloco passou
E tantos camaradas de outros tantos carnavais
Não passaram
O tempo, os anos, as horas
Devoraram em silêncio nossos risos e passos.
Sei, sou
Um velho e cansado Pierrot
Parado na calçada olhando no firmamento
A vida Colombina nos braços do tempo Arlequim sendo levada
Ao raiar de uma quarta de cinzas.
Sei, sou
A agonia de um Pierrot!
Por Fabiano Brito. Cratense, cronista e poeta com três livros publicados: “O Livro de Eros”, “Ave Poesia” e “Lunário Nordestino” (Editora UICLAP)