Não foi tentativa de golpe. O que a história brasileira registrou em sua sala de visitas do ano 2023, um fortuito domingo, dia oito, foi um dia pequeno de grandiosa vergonha nacional. Entre mijadas e defecadas homéricas, autoridades públicas permitiram que a ralé depredasse, de forma repugnante, as sedes dos três poderes.
Depois de todo o vandalismo asqueroso, de forma perdulária, o acampamento de nazistas golpistas, em frente ao quartel-general do Exército, no setor militar urbano, em Brasília, começa a ser desmontado, a partir de uma determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. Isso comprova que outras ações do poder judiciário e legislativo, em combater o nazifascismo bolsonarista foram sabotadas.
Isso não demonstra, de imediato, o fortalecimento da ordem, antes disso, porém, revela que esse desmonte poderia ter sido feito um dia depois dele ter sido instalado. Quantas autoridades estão envolvidas nessa negligência macabra em permitir a permissividade golpista, revela muito mais, uma vez que identifica o nazifascismo no aparelhamento do Estado, entranhado nos três poderes.
Um dia depois da vergonha nacional, há um desfile de ônibus com terroristas mequetrefes presos, sendo encaminhados para presídios e Polícia Federal, sem que nenhum idealizador esteja dentro deles, só piabinhas resolutas, motivadas por uma espécie de soldo miliciano, saído diretamente dos bolsos de empresários e pessoas de bem, que formam a elite bandida do país.
Nenhum oficial das Forças Armadas, da ativa ou da reserva, conhecidos pelos vídeos golpistas nas redes sociais, foi visto sentado em nenhum ônibus desses. Muito menos Bolsonaro, os filhos numerados, os políticos capachos, ou pastores e pastoras da milícia golpista. Nem tão pouco algum jornalista da imprensa sebosa. Nem sequer prefeitos e vereadores provincianos.
Se essa atitude moribunda, em invadir e destruir tudo, roubar e vilipendiar o patrimônio público, é muito mais sinônimo de fracasso retumbante em dar um golpe, uma vez que o governo continua impávido, essa mesma atitude disponibiliza as fraturas da estrutura nazifascista que estava aqui, bem antes de Bolsonaro.
Da mesma forma que o estupor em contar os danos materiais e imateriais disponibiliza uma grande oportunidade de se rejeitar, de uma vez por todas, concessões do toma lá dá cá, a membros do União Brasil, como apoio à reeleição de Arthur Lira como presidente da Câmara de deputados, e como a indicação de José Múcio como ministro da Defesa. O que é também uma grande vergonha.
Por Marcos Leonel – Escritor e cidadão do mundo
*Este texto é de inteira responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Revista Cariri