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Juliana Dente de Ouro – Por Francinaldo Dias

28 de maio de 2025
Juliana Dente de Ouro – Por Francinaldo Dias

(Foto: Samuel Pinheiro/Revista Cariri)

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Quem a conheceu sabe o que estou falando, e se falo é com a autoridade de quem sabe ouvir, e saber ouvir por si só, já é dádiva. Já ouvi muita história sobre essa mulher. Para começar, as suas origens remontam às terras do bucólico sítio Fantasma, zona rural da terra dos contrastes. Uma das filhas do senhor Bonifácio e da senhora Francisca, que como a maioria dos casais sertanejos, tiveram muitos filhos, no caso deles, doze.

Talvez a alcunha “Dente de Ouro” remeta à ideia de nobreza, afinal, essas decorações e ornamentos em ouro que remontam há 4 mil anos, teve origem no sudeste da Ásia, e serviam para o embelezamento que atestava o status da pessoa, mas em se tratando de Juliana Dente de Ouro, não era. Tratava-se da pessoa mais humilde que se ouviu falar naquela região, nobre mesmo só sua bondade e carinho para com aqueles que tiveram a sua amizade e carisma.

Seu nome oficial Juliana Elias de Correia, Giana para a irmã, Jove e a prima Lilia, suas melhores amigas. Sendo mais velha Juliana Dente de Ouro era uma espécie de exemplo a ser seguido pelas mais jovens. Dona de uma beleza agreste, segundo os contemporâneos, Dente de Ouro atraiu muitos pretendentes, mas quis seu coração escolher um veterano de guerra, Zé Batista, um agente das forças militares, ad hoc, que nos idos dos anos 60, 70 e 80, chegaram ao interior do Ceará para lutar uma guerra inglória contra a seca. Vieram à terra do padre Vieira para a construção do açude Olho Dàgua.

Sendo Zé Batista já casado, o amor de Dente de Ouro estava inviabilizado. Mas o amor arruma meios, quis o destino que a indesejada das gentes visitasse a esposa de José. O homem enviuvara e o caminho ficou livre para nossa Dente de Ouro. Houve quem dissesse que os flertes iniciaram ainda nas exéquias, mas isso são conversas das más línguas. Verdade é que o namoro seguiu o ritmo frenético, pulando algumas etapas. Com um filho pequeno, Zé precisaria de uma pessoa para fazer às vezes de mãe. Casaram, e foram viver pras bandas das Quatro Bocas.

Todo mundo sabe a fama de mulherengo dos militares, e o empirismo machista diz que as mulheres têm fama de sentir uma certa atração por fardas. Embora não haja comprovação científica nem de uma nem de outra famas, daquele período há muitos filhos várzea-alegrenses com a perífrase de “filhos do açude”, mas isso também são histórias.

A verdade é que Zé era mulherengo de carteirinha, o homem tinha coragem de mamar numa onça, já que dizem que Dente de Ouro era braba e ciumenta. A conta não batia. Tantas vezes, durante os quase 40 anos que viveram juntos até o dia em que a iniludível veio e levou José para sempre, houve muito boato e pé para confusão. Mas nosso galã sempre contornava a situação. No fim, prevalecia o amor de Dente de Ouro e o seu bom coração que perdoava os percalços do seu homem.

Certa feita, deram noticia de que Zé Batista tinha uma rapariga pros lados da Varjota. Dente de Ouro virou uma fera, “quengar era uma coisa, sustentar rapariga numa casa era demais”. Muito justo, até para Dente de Ouro e seu coração de bondade. Naquele dia à boquinha da noite, ela cumpriu suas obrigações de mãe de família, deu janta aos filhos, os sete comuns com Zé, e o enteado, depois trocou de roupa, pegou um objeto qualquer, colocou na bolsa e se mandou para os lados da Varjota. A vizinha do lado alardeou que Dente de Ouro iria matar a rapariga, mas ela retificou que seria apenas uma surra bem dada. Zé Batista estava para as bandas do açude que nesta época estava quase concluído. Certamente a dita-cuja estaria sozinha e Dente de Ouro colocaria em prática seu plano

Chegando ao endereço, Dente de Ouro abriu a porta e qual não foi sua cara de surpresa ao se deparar com uma cena deplorável: deitada numa cama, trêmula de febre, e gemendo de dor de cabeça por todo o corpo, a pobre mulher sucumbia ante uma dengue ou chicungunha, não se sabe ao certo. A seu lado, um garotinho de aproximadamente oito anos, parecia com o menino João, a quem chamavam badalo, terceiro filho de Dente de Ouro e Zé. Dente de Ouro entrou, percorreu com o olhar toda a casa que se resumia a um grande vão de 6 metros quadrados, móveis não havia, apenas um fogão velho ao canto e um pote encostado na parede. Todo o sentimento de raiva se diluiu ante aquela situação.

Dente de Ouro saiu da casa foi até um mercadinho mais próximo, fez uma feira de um tudo. Depois à farmácia, onde comprou uns medicamentos indicados pelo farmacêutico, voltou à casa da mulher, deu-lhe remédio, fez-lhe uma sopa. Alimentou o garotinho. E ali permaneceu até perceber certa melhora. Depois de algumas horas foi para casa e durante uma semana fazia visitas diárias aquela mulher solitária. Deu toda assistência até a total recuperação da antes rival. Depois disso, nunca mais voltou lá e nunca tocou no assunto com os filhos que Juliana Dente de Ouro era uma santa!

Por Francinaldo Dias. Professor, cronista, flamenguista, contador de “causos” e poeta

*Este texto é de inteira responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Revista Cariri

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