“A mocidade fagueira, andando em marcha apressada
Vai cair na emboscada da velhice traiçoeira.”
(Mote do poeta Pedro Lulu)
Eu mesmo me olhando nesse retrato
Sentando assim nessa cadeira
Vejo que o tempo ao corpo traz
maltrato
E a soma dos dias na dura lida
não é brincadeira.
Ontem no espelho minha imagem
refletida
Mostrava a cara de um menino
que na face resplandecia
A luz de tantas esperanças e sonhos
Coroado pela grandeza de tantos
ideais.
Sem o saber dos mais vividos
Encantado pelas coisas da vida
Andava sem dessa verdade conhecer
Que a mocidade fagueira, andando em marcha apressada
Vai cair na emboscada da velhice traiçoeira.
Quando se vê, o tempo passou
E na imagem dessa fotografia
Eu mesmo me olhando
Sentado assim nessa cadeira
Vislumbro o velho que hoje sou.
Mas essa verdade não maldigo
Pois se hoje um velho eu sou
Foi pela graça de muito já ter
vivido.
Mas que fique o dito, para quem
começa de viver o trilho
Aproveite cada passo, cada momento
vivido
Pois a este destino e sina, o tempo
nos ensina
A mocidade fagueira, andando em marcha apressada
Vai cair na emboscada da velhice traiçoeira.
Por Fabiano Brito. Cratense, cronista e poeta com três livros publicados: “O Livro de Eros”, “Ave Poesia” e “Lunário Nordestino” (Editora UICLAP)