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Depois do último tiro – Por Mirta Lourenço

Colunista escreve semanalmente no Revista Cariri

11 de outubro de 2025
Depois do último tiro – Por Mirta Lourenço

(Foto: Joseph Lockley/Unsplash)

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O fim da guerra entre Israel e Hamas não teve fogos de artifício, acordos celebrados nas ruas ou abraços emocionados. Teve silêncio. Um silêncio estranho, desconfortável, como o que fica depois de uma briga que ninguém venceu. Declararam o fim oficial do conflito, mas isso é só papel. No chão, onde a vida é real, a guerra não terminou. Só mudou de forma.

Em Gaza, crianças cresceram dentro de ruínas e aprenderam a reconhecer o som de explosões antes de aprender a ler. Em Israel, famílias passaram a dormir com medo do próximo ataque e do próximo enterro. Entre essas duas realidades destruídas, está a prova de que não há lado certo quando a guerra decide entrar pela porta da sua casa: há apenas dor.

Nenhum soldado voltou para casa como herói. Voltaram cansados, traumatizados, quebrados por dentro. Voltar de uma guerra significa reaprender a existir, a fingir que a mente não está presa em sirenes e destroços. Só quem nunca viu um corpo sem nome fala em “vitória”. Quem viu, sabe: guerra não tem vitória. Tem consequência.

Quando os líderes apareceram na TV falando de cessar-fogo, pareceram atores repetindo um roteiro que já foi usado antes. Palavras bonitas, promessas repetidas, garantias frágeis – tudo já foi dito em outras guerras que também “acabaram”. A diferença é que ninguém explica o que vai acontecer com as pessoas que sobraram do outro lado do acordo.

Reconstrução virou a palavra da vez. Mas reconstruir o quê? Casas? Escolas? Isso é fácil. Basta dinheiro e tempo. Difícil mesmo é reconstruir vidas. Difícil é apagar da memória o cheiro de pólvora, o gosto da fome, a cena de vizinhos virando cadáveres. Difícil é fazer dois povos que se acostumaram a se odiar acreditarem que podem dividir o mesmo pedaço de terra sem se matar.

O fim da guerra não trouxe justiça. Nenhum tratado foi capaz de responder perguntas simples: por que tantas crianças precisaram morrer? Quem vai assumir a culpa? Quem vai impedir que tudo recomece daqui a alguns anos com outro pretexto político? A resposta é conhecida: ninguém.

O mundo, como sempre, já passou para o próximo assunto. Os discursos de solidariedade evaporaram. A ajuda internacional encolheu. A imprensa foi embora. Mas quem vive entre Israel e Palestina ficou preso no mesmo lugar – entre escombros externos e feridas internas.

A paz que anunciaram é uma paz frágil, instável, feita de medo e exaustão. Não é paz, é pausa. Uma pausa que pode desmoronar ao primeiro tiro, ao primeiro ataque, à próxima provocação. Porque enquanto existir ódio em estado bruto, enquanto houver desigualdade e ocupação, enquanto a vingança for alimentada diariamente, a paz será sempre um intervalo entre guerras.

O último tiro foi disparado, dizem. Mas a guerra continua – dentro das pessoas. E esse é o tipo de guerra que não para com tratados, diplomacia ou tanques recolhidos. Essa só para quando existir justiça. E justiça, por enquanto, ainda não apareceu nesses territórios.

Por Mirta Lourenço. Médica, professora, cronista e poetisa

*Este artigo é de inteira responsabilidade da autora, e não reflete, necessariamente, a opinião do Revista Cariri

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