No pano estendido do tempo
A agulha do destino vai
bordando a minha história.
Sem linhas de ouro ou prata
Na tela um bordado simples
Alinhavando passado e presente
Em um relicário de memórias.
Sobre o pano traçado pelas
linhas
Sorrisos, lágrimas
Tristezas, felicidades
Nas figuras bordadas registradas.
Imaginários sonhos, esperanças
desbotadas
A graça das dádivas de tantos
dias já vividos.
Varando entre as entrelinhas das
tranças do pano
Sempre a claridade da luz divina
Iluminando o bordado da minha
vida.
E sigo, estendendo o pano do tempo
Até quando na agulha do destino
tiver linha
Para bordar no pano deste mundo
o bordado de minha história.
Por Fabiano Brito. Cratense, cronista e poeta com três livros publicados: “O Livro de Eros”, “Ave Poesia” e “Lunário Nordestino” (Editora UICLAP)