A Constituição brasileira sangra como indigente, violentada nos becos escuros da politicalha. Mas antes que a inoperância conivente de Dias Toffoli, Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre, passe da covardia de rabo preso para a traição escancarada da pátria, a esculhambação oficial bolsonarista vai implodir sozinha, por desqualificação, amadorismo e uma incompetência coletiva já mumificada como uma das sete maiores aberrações da saga pachequista tupiniquim.
Sem plano nenhum de governo, com um amontoado de estelionatários vendedores de bíblia, mais uma penca de especialistas em despombalização, e outra reca de trambiqueiros doutores em absolutamente nada na equipe, e equipado com o fascismo inspirado na filosofia de pulsão anal de Olavo de Carvalho, a coisa só podia dar em merda mesmo. No circo de horrores de Bolsonaro o que não falta é peido de palhaço. Inclusive, alimentado com fake News, o palhaço não pode peidar cheiroso. Essa é a lógica da escatologia miliciana. Essa é a cultura do culto.
Acreditar seriamente que uma tacanha guerra ideológica contra o comunismo e um pragmatismo fundamentalista de religiões inventadas no imediatismo oportunista do mercado de almas fosse suficiente para administrar um país complexo como o Brasil, não é apenas grosseria, é uma mistura de infantilismo grupal com a degeneração moral dos delírios esquizofrênicos. Acreditar mesmo, de verdade, que o desmonte das instituições e políticas públicas voltadas para o bem estar social, bem como o desmantelamento constitucional de direitos conquistados fosse capaz de fomentar o crescimento econômico é vampirismo de quinta categoria.
Atacar sistematicamente a Universidade Pública e os profissionais da educação, sucatear, cortar verbas, impedir pesquisas e criar um ambiente sórdido de gestão educacional, praticado por um ministro analfabeto funcional, nunca promoverá evolução social ou econômica, isso é mais óbvio do que a lei da gravidade ou que a terra não é plana. Impulsionar sistematicamente o separatismo, o discurso do ódio, estabelecer a conduta golpista, enaltecendo a ditadura militar, insuflando os patetas contra a democracia, jamais criará um ambiente favorável para a economia. A cada palhaçada mais o circo pega fogo, mais a claque morre de ri sem entender a piada.
De acordo com o jornal “A Folha”, de São Paulo, os investidores internacionais, os famosos investidores que salvariam o Brasil se o golpe que tirou Dilma fosse executado, já retiraram da bolsa de valores brasileira, mais de 44,8 bilhões de reais, número que bateu todos os recordes até agora. A imprensa golpista e toda militância imbecil de Bolsonaro nas redes sociais, bem como todos os políticos canalhas que alegaram que a reforma da previdência colocaria o país de volta ao crescimento foram desmascarados com a divulgação do IBGE do PIB brasileiro de 2019: 1,1%. Um pibinho. Minúsculo. Bem miudinho.
Os famigerados especialistas e os otimistas, mais fascistas do que profetas, previam um PIB enorme, graúdo, entre 2,5% ou 3,5%, como se crescimento econômico fosse fruto de postagens em redes sociais, como faz o Pateta e os três Patetinhas. Esses mesmos pilantras previram que o dólar ficaria em uma média de 2,40 reais. Nunca uma moeda se desvalorizou, no mundo quanto o real, parece algodão doce em boca de banguela: 4,63, sendo que o dólar turismo já está sendo negociado a 5,07, hoje. De acordo com a Agência Nacional de Petróleo o botijão de 13 quilos está 69,11 reais, super barato, levando em consideração que as domésticas não viajarão mais para a Disney, haverá aí uma boa economia.
De acordo com o Banco Central o déficit em transações corrente no Brasil é de 11,879 bilhões de dólares, o pior rombo para o período, em cinco anos. Mas isso não preocupa de jeito nenhum o governo. De acordo com o Portal da Transparência o atual presidente, Bolsonaro, do alto da sua verborragia enganadora e mentirosa, gastou 14,9 milhões com cartão de crédito corporativo, ou seja, 1,240 milhão por mês; 41 mil por dia; 1,708 por hora. Bancado pelo povo brasileiro, mais da metade idiota. De acordo com a tosca conceituação de cultura propagada por Regina Duarte, essa parcela da população é aquela nuvem branca defenestrada pelo terminal do tubo digestivo do palhaço. Isso é cultural.
Por Marcos Leonel – Escritor e cidadão do mundo
*Este texto é de inteira responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Revista Cariri