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A Cézar, o que é de Cézar! – Por J. Flávio Vieira

Colunista escreve semanalmente no Revista Cariri

4 de abril de 2021
A Cézar, o que é de Cézar! – Por J. Flávio Vieira

(Foto: Travis/Flickr)

Os pais pobres, simples artesãos, tiveram que emigrar. A mãe em avançado estado de gravidez. O pai , desconfiado da paternidade do guri e da fidelidade materna. Emigrar: Destino que se tornaria quase uma marca no curso da humanidade: nordestinos para o sul, africanos para a Europa, sul-americanos tentando pular o muro dos EUA. É que, na Galiléia, sob regime romano, eram tempos tenebrosos, onde crianças caçavam-se e chacinavam-se , como se fossem animais, coisa que se repetiria muitos anos depois com Ágatha, Kauan, Kathellen, Kauê, numa cidade que se dizia maravilhosa. Como outros tantos e tantos na história, seu primeiro leito seria de feno e seus primeiros amigos pastavam ao seu derredor. Não muito diferente dos meninos que, muitos anos depois, subiriam morros e habitariam as favelas. Crescido, desapareceu como por encanto, desgarrou-se das asas protetoras dos pais e ganhou o mundo. Entendeu que precisava empreender duas viagens: conhecer outros costumes e povos e, uma outra bem mais perigosa e aterradora, um mergulho nas águas abissais da sua alma.

Um dia retornou à sua terra e pôs-se na delicada e subversiva luta de tentar corrigir os defeitos da Terra. Acreditava num mundo idílico que subsistia para além dos portais da vida, mas que este outro palpável e real, não necessitava ser o paraíso de poucos e o inferno de muitos. Como se aquelas distorções tivessem sido escritas e determinadas , quase como um karma, por uma força superior. Entendeu que sua família ultrapassava os limites das paredes da sua casa. Juntou-se a outros tantos, de origem humilde e saíram a pregar por mudança e transformação. Expulsou os vendilhões dos templos, aqueles mesmos que muitos anos depois se multiplicariam e terminariam por, em usucapião, açambarcar os altares e a cobrar aluguel e ingressos numa espécie de Delivery de Milagres. Pressentiu que um novo Bezerro de Ouro passaria a ser adorado pelas tribos, carregava, agora, o nome pomposo de Mercado. Mesmo pregando que a cota de Cézar precisa ser paga, sem interferir com a de Deus, terminou preso, destino final de todos os transformadores e insubmissos desse mundo. Sempre existe um crucifixo em algum Gólgota esperando pelo revolucionário do momento: Mandela, Gandhi, Marighella, Antonio Conselheiro, Zé Lourenço, Gramsci.

Levado a julgamento (e juízes parciais como Pilatos se sucederiam a partir dali), sem provas formais (tinham apenas convicções contra ele) terminou condenado. O povo, chamado em plesbicito, escolheu um criminoso comum e o levou ao trono. Ato que seguiria os rumos da humanidade, quase como uma profecia: a atração inconsequente e masoquista do oprimido pelo seu opressor. Torturado, açoitado, massacrado pelos Brilhantes Ustras daqueles tempos, um dia, por fim, foi pregado à cruz , entre dois ladrões (bons tempos aqueles em que era possível contar nos dedos os afanadores!). Numa Sexta-feira Santa. Suplicou por ajuda celestial e terrestre, em meio à agonia. Não entendia o abandono até do próprio Pai, em meio ao suplício. Recebeu fel nos lábios e golpes de lança. O riso é sempre coletivo, o choro prima pela solidão.

Dizem que, no terceiro dia, a pedra do sepulcro moveu-se e ele voltou à Casa do Pai. Por aqui, a história se repete desde então, os mesmos personagens se movimentam no grande palco da vida e o script parece sempre o mesmo. Continuamos aguardando que um dia , quem sabe, os túmulos projetem o milagre da ressurreição.

Por J. Flávio Vieira, médico e escritor

*Este texto é de inteira responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Revista Cariri

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