O Governo do Ceará e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) anunciaram, nesta terça-feira (11 de fevereiro), dois novos empreendimentos para fortalecer o setor de inovação e saúde no estado. Os projetos serão instalados no Distrito de Inovação e Saúde do Ceará (DIS-CE), no município de Eusébio, e incluem o Complexo Tecnológico em Insumos Estratégicos (CTIE), do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz), e a Biofábrica de Wolbachia, voltada para o controle vetorial de arboviroses. O investimento total ultrapassa R$ 1 bilhão.
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Expansão tecnológica e industrial
Elmano de Freitas classificou os empreendimentos como estratégicos para o estado e destacou a importância da iniciativa para o desenvolvimento do setor de saúde.
“Estamos aqui para reafirmar o nosso compromisso com esse projeto, porque consideramos muito importante e estratégico. O que estamos fazendo aqui é relevante para a história do Ceará”, afirmou.

A previsão é que a assinatura do contrato para o início das obras do CTIE ocorra ainda neste mês, com a construção estimada para durar 20 meses. Já a Biofábrica de Wolbachia teve suas obras iniciadas em dezembro de 2024 e deve ser concluída em agosto de 2025.
O diretor-executivo da Fiocruz, Juliano Lima, enfatizou o impacto da iniciativa para a instituição: “Esse projeto mostra que é possível associar desenvolvimento econômico e social através da saúde. A Fiocruz Ceará já se destacou na ciência e educação, e agora damos um grande salto para o campo tecnológico e industrial.”
Impacto na saúde pública
Os empreendimentos têm grande relevância para a área da saúde no Brasil. O CTIE será responsável pela produção de ingredientes farmacêuticos ativos (IFAs) utilizados em biofármacos para o tratamento de doenças como câncer, artrite reumatoide, doença de Crohn e deficiência do hormônio do crescimento. O complexo faz parte da estratégia do Ministério da Saúde para fortalecer o Complexo Econômico-Industrial da Saúde e contará com R$ 1 bilhão de investimento do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Já a Biofábrica de Wolbachia tem como objetivo o controle vetorial de arboviroses, como dengue, zika e chikungunya. O projeto utilizará mosquitos Aedes aegypti infectados com a bactéria Wolbachia, que bloqueia a transmissão dos vírus. A expectativa é que a biofábrica tenha capacidade de produzir 50 milhões de ovos e até 10 milhões de mosquitos por semana.
De acordo com estudos prévios, cada real investido no projeto pode gerar uma economia de até R$ 549,13 em custos com medicamentos, internações e tratamentos médicos. A biofábrica tem potencial para beneficiar, em até sete anos, 1.794 municípios nordestinos e 55 milhões de brasileiros, tornando-se um hub de distribuição da tecnologia para o Nordeste.

Benefícios para a economia local
Além do impacto na saúde, os projetos devem impulsionar a economia cearense. O vice-diretor de Bio-Manguinhos/Fiocruz, Artur Couto, ressaltou a importância de priorizar mão de obra local.
“Nosso objetivo é utilizar o máximo da capacidade local, tanto do estado quanto do município. O compromisso é garantir que a automação da mão de obra seja feita com profissionais da região”, destacou.
A secretária da Saúde do Ceará, Tânia Mara Coelho, também comemorou o investimento e enfatizou os benefícios para a formação de novos profissionais na área da saúde: “Esse é um grande ganho para o Ceará e para o Nordeste. Com esses empreendimentos, poderemos racionalizar investimentos, ampliar a produção de insumos e capacitar mais profissionais para atuar na área.”