O que começou como uma brincadeira de infância transformou a vida de Mirella Archangello, jovem de 18 anos que ganhou notoriedade em 2017 ao denunciar problemas no bairro onde mora, Avelino Alves Palma, na zona Norte de Ribeirão Preto (SP). Na época, Mirella brincava de repórter com seus irmãos e acabou viralizando nas redes sociais.
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O sucesso chamou a atenção da jornalista Glória Maria, que, com uma equipe do Fantástico, da TV Globo, foi ao encontro da jovem. O momento marcou a vida de Mirella, que entrevistou sua maior inspiração.
Sete anos depois, a “repórter mirim” está prestes a ingressar no curso de jornalismo, com uma trajetória marcada pela dedicação e pelo sonho de seguir a carreira na comunicação.
Um passo rumo ao futuro
Mirella conquistou 960 pontos na redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2024, resultado que a coloca em posição de disputar uma vaga no Programa Universidade para Todos (Prouni). Animada e ansiosa, ela prevê iniciar os estudos em uma faculdade de Ribeirão Preto.
“Escolhi ficar por vários motivos. Minha família não tem condições de me apoiar financeiramente em outra cidade, e eu tenho um apego emocional muito grande com eles. Ainda não estou pronta para conciliar tudo ao mesmo tempo, morar sozinha e estudar”, explicou.

A trajetória até o Enem
Mirella estudou em uma escola particular com bolsa integral durante o Ensino Médio. Criou uma rotina de estudos equilibrada, apostando em leituras e na resolução de provas anteriores. Para ela, o segredo foi não se sobrecarregar e manter a consistência.
“Eu estudava um pouco por dia, sempre mantendo momentos de lazer com minha família. Essa estratégia foi fundamental para não perder o equilíbrio emocional”, relatou.
Redação e valorização da herança africana
O tema da redação do Enem 2024, “Desafios para a valorização da herança africana no Brasil”, encontrou ressonância com o projeto de Mirella, que trabalha nas redes sociais promovendo histórias e personagens negros.
“Foi um tema superpertinente, principalmente para os jovens, que são os fomentadores dos debates sobre igualdade racial. Usei como referências obras como Olhos d’Água, de Conceição Evaristo, e textos da autora Bell Hooks. Foi uma experiência desafiadora, mas gratificante”, afirmou.
Conselhos para futuros vestibulandos
Mirella lamenta a desvalorização do ensino superior entre os jovens e reforça que estudar não é apenas sobre conseguir um diploma, mas sobre transformação pessoal e social.
“Estudo é um processo constante. Haverá dias em que você fará muito e outros em que fará pouco, e tudo bem. O importante é a qualidade do estudo”, aconselhou.
Para quem deseja desenvolver o hábito da leitura, Mirella sugere intercalar leituras obrigatórias com livros que despertem interesse pessoal. “A paciência é fundamental. Leia um pouco por dia e escolha obras que façam sentido para você”, completou.

Sonhos
Agora, Mirella se prepara para dar início à graduação, pronta para se profissionalizar na área que sempre sonhou. Apesar da ansiedade, ela está otimista em relação ao futuro e ao impacto que pode causar com seu trabalho.
“Quero aprender mais sobre o jornalismo além da prática que já tive. Estou animada para conhecer esse outro lado e descobrir como posso contribuir para transformar a sociedade por meio da comunicação”, concluiu.
Por Nágela Cosme