A Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30) foi encerrada na noite deste sábado (22) sem que os países chegassem a um consenso sobre a permanência do uso de combustíveis fósseis no mundo. Mesmo sem o acordo central esperado, a conferência registrou avanços modestos, segundo avaliação da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, que foi aplaudida de pé por quase dois minutos ao discursar no plenário.
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🇺🇳 Marina Silva aponta avanços, mas reconhece limites
Marina afirmou que, embora o resultado esteja aquém do desejado, houve progressos que precisam ser reconhecidos.
“Mesmo que aquelas versões de nós mesmos nos dissessem que não fomos tão longe quanto imaginávamos, seria necessário reconhecer que há algo fundamental: ainda estamos aqui. E sigamos persistindo no compromisso de empreender a jornada necessária para superar nossas diferenças e contradições no urgente enfrentamento da mudança do clima”, declarou a ministra.
O Brasil conseguiu fechar um acordo climático voltado ao aumento do financiamento para países pobres mais vulneráveis ao aquecimento global. No entanto, o documento final não incluiu menções aos combustíveis fósseis, justamente os principais responsáveis pela emissão de CO₂ no planeta.
“Em que pese ainda não ter sido possível o consenso para que esse fundamental chamado entrasse entre as decisões dessa COP, tenho certeza de que o apoio que recebeu de muitas partes da sociedade fortalece o compromisso da atual presidência”, ressaltou Marina.
🌱 Avanços reconhecidos pela presidência da conferência
A ministra destacou alguns resultados considerados relevantes nas negociações climáticas desta edição:
🔹 Fortalecimento do protagonismo de povos tradicionais
Reconhecimento do papel de povos indígenas, comunidades tradicionais e populações afrodescendentes na preservação ambiental.
🔹 Lançamento do Fundo Florestas Tropicais para Sempre
Novo mecanismo internacional destinado a valorizar e financiar comunidades e países que conservam florestas tropicais, consideradas essenciais para equilibrar o clima global.
🔹 Compromisso financeiro ampliado
Países desenvolvidos assumiram o compromisso de triplicar o financiamento do Mutirão Global até 2035, ampliando investimentos destinados à ação climática em nações vulneráveis.
🔥 Estudos sobre o futuro dos combustíveis fósseis
No momento de encerramento, o presidente brasileiro da COP30, André Corrêa Lago, anunciou que o grupo terá quase um ano para desenvolver uma proposta consistente sobre a redução do uso de combustíveis fósseis, como petróleo, carvão e gás natural.
“Nós vamos juntar a maior inteligência possível sobre energia fóssil e, de certa forma, organizar essa informação através de reuniões, seminários, estudos que permitam que, num período curto, de 11 meses e meio de presidência brasileira, fazer um documento muito substantivo, equilibrado, imparcial, que coloque os dados, porque você tem que ter uma nova forma de olhar para a economia”, comentou.
A proposta é produzir um relatório técnico que ofereça bases sólidas para negociações futuras sobre a transição energética global.
Por Nágela Cosme










