O músico, cantor e compositor Jards Macalé, um dos nomes mais marcantes e inventivos da Música Popular Brasileira, morreu nesta segunda-feira (17), no Rio de Janeiro, aos 82 anos. Autor de clássicos como “Vapor Barato”, Macalé estava internado em um hospital na Barra da Tijuca, onde tratava de problemas pulmonares. Na tarde desta segunda, sofreu uma parada cardíaca.
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🖤 Confirmação da morte
A notícia foi confirmada por amigos e pelas redes sociais do artista. A nota publicada destacou o espírito irreverente e a energia do músico: “Jards Macalé nos deixou hoje. Chegou a acordar de uma cirurgia cantando ‘Meu Nome é Gal’, com toda a energia e bom humor que sempre teve. Cante, cante, cante. É assim que sempre lembraremos do nosso mestre, professor e farol de liberdade. […] ‘Nessa soma de todas as coisas, o que sobra é a arte. Eu não quero mais ser moderno, quero ser eterno.’ — Jards Macalé.”
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A família informou que detalhes sobre o funeral serão divulgados em breve.
🌟 O “anjo torto da MPB”
Nascido no Rio de Janeiro em 1943, Jards Anet da Silva iniciou a carreira nos anos 1960, com sua primeira composição gravada em 1964 por Elizeth Cardoso.
Rapidamente se destacou por sua postura contra padrões comerciais e pela estética ousada, marcada pela estranheza e pela experimentação — o que lhe rendeu o apelido de “anjo torto da MPB”.
🔹 Primeiros impactos
Em 1969, chocou e encantou o público com a performance de “Gotham City” no IV Festival Internacional da Canção.
Em 1972, lançou o influente disco “Jards Macalé”, obra que consolidou sua mistura própria de rock, jazz, samba, blues, baião e canção.
🎵 Sucessos e parcerias
Macalé é autor de músicas que atravessaram gerações, como:
• “Hotel das Estrelas”
• “Anjo Exterminado”
• “Mal Secreto”
• “Vapor Barato”
Suas obras ganharam vida também nas vozes de Gal Costa, Maria Bethânia, O Rappa e tantos outros.
Bethânia fez uma homenagem emocionada: “Meu amor, meu amigo… Fará muita falta neste mundo. 🌹”
🤝 Parcerias marcantes
Macalé trabalhou com grandes nomes da poesia e da música:
• Waly Salomão
• Vinicius de Moraes
• Torquato Neto
• José Carlos Capinan
• Luiz Melodia
Suas criações destacavam-se pela defesa absoluta da liberdade artística.
🌍 Exílio, Caetano e o histórico “Transa”
No exílio em Londres, ao lado de Caetano Veloso, Gilberto Gil e Jorge Mautner, Macalé assinou a direção musical de “Transa”, obra fundamental da discografia de Caetano.
Caetano escreveu nas redes: “Sem Macalé não haveria Transa. Estou chorando porque ele morreu hoje. Foi meu primeiro amigo carioca da música. […] Que a música siga mantendo a essência desse ipanemense amado.”
🎬 Arte além da música
Em seus 60 anos de carreira, Macalé também transitou por diversas linguagens:
🎭 Cinema, teatro e artes visuais
• Atuou em “O Amuleto de Ogum” e “Tenda dos Milagres”, de Nelson Pereira dos Santos.
• Participou das trilhas sonoras de clássicos como “Macunaíma” e “O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro”.
Por Heloísa Mendelshon










