Em dezembro de 2024, o aposentado Genilson Lobo, de 55 anos, retornou ao Hospital Regional do Cariri (HRC), em Juazeiro do Norte. Desta vez, porém, sua visita não foi como paciente, mas como convidado de honra na celebração de uma década do Programa de Atendimento Domiciliar (PAD), que realizou mais de 2 mil atendimentos somente neste ano.
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Genilson, diagnosticado com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) grave, enfrentou uma longa internação no HRC. Entre a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e a Unidade de Cuidados Especiais (UCE), sua luta contra a doença incluiu a dependência de ventilação mecânica, traqueostomia e outras intervenções médicas. Após receber alta hospitalar, ele passou a ser acompanhado pelo PAD, que garantiu a continuidade dos cuidados necessários em seu próprio lar.
Recuperação surpreendente
“Ele saiu praticamente com um pedido de transplante de pulmão”, relembra Anna Carolynna Rodrigues, enfermeira do PAD. Na alta, Genilson ainda utilizava ventilação mecânica, sondas e apresentava lesões por pressão. Em apenas dois meses de acompanhamento domiciliar, sua evolução superou as expectativas: ele retomou a fala, voltou a caminhar e eliminou a necessidade de dispositivos médicos. “Foi uma experiência muito boa, porque eu estava desenganado”, afirmou Genilson. “Hoje eu vim para cá sozinho, de moto.”
A recuperação também fortaleceu os laços familiares. Sua filha, que veio de São Paulo para ajudá-lo, tornou-se peça fundamental em sua jornada. “Se não fosse por ela e por vocês, eu não estaria aqui agora. Ela aprendeu muito cuidando de mim, algo que nunca tinha feito antes”, destacou o aposentado, emocionado.
Programa que transforma vidas
Desde sua criação em 2014, o PAD do HRC tem sido essencial para pacientes que, após a alta hospitalar, necessitam de acompanhamento contínuo em casa devido a condições de saúde delicadas. Entre janeiro e novembro de 2024, a equipe multidisciplinar do programa realizou 2.076 atendimentos, oferecendo suporte médico, de enfermagem, fisioterapia, fonoaudiologia e assistência social.
O programa atende pacientes com limitações motoras, dependentes de dispositivos como traqueostomias e sondas, em cuidados paliativos ou com lesões graves. Para a coordenadora do PAD, a médica Caroline Cabral, o objetivo vai além do tratamento clínico. “A equipe busca garantir qualidade e dignidade aos pacientes em situações mais delicadas, proporcionando um cuidado humanizado fora do ambiente hospitalar.”
Suporte aos cuidadores
Outro pilar do PAD é a capacitação de cuidadores, que recebem orientações detalhadas para lidar com os desafios do cuidado domiciliar. Recentemente, a equipe lançou uma cartilha virtual com informações práticas para ajudar familiares na adaptação do paciente ao ambiente doméstico.